quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Sexo - um dos maiores tabus!

Quero falar sobre sexo, mais especificamente sexo na adolescência.

Peço desculpas desde já, por qualquer palavra que eu possa vir a usar, de forma alguma minha intenção é chocar ou escandalizar. Meu objetivo é instruir.

Sei como é difícil falarmos sobre isto com nossos filhos, mas acredito que seja fundamental. Respeitando, logicamente, a idade e a curiosidade que eles tragam para casa.

O Brasil é um País extremamente sexual, temos o Carnaval, músicas como " na boquinha da garrafa" e o funk. E sabemos que as crianças estão cada vez mais precoces e iniciando a vida sexual muito cedo.

Em Setembro de 2009 saiu no Fantástico uma reportagem sob o título de "Gravidez na adolescência: a cada 18 minutos, uma menina de 10 a 14 anos dá à luz uma criança, no Brasil". E este número, de adolescentes mães dos 10 aos 17 anos, só vêem aumentando.

Mas o problema é que eles esquecem que a relação sexual não trás como consequência somente uma gravidez indesejada. Eles esquecem que existem as DSTs.

Vou dar alguns exemplos:
Hepatite A e B
Gonorréia e Sífilis ( que aparentemente estavam controladas )
Cancro mole
Linfogranuloma venéreo
Granuloma inguinal
Herpes Genital
Candidíase

Então por que eles não usam camisinhas? Não é por falta de instrução, porque eles sabem de tudo isto.
O adolescente acha (adultos também) que isto nunca vai acontecer com eles. Como se fossem imunes à todas estas doenças, sem falar na insegurança normal desta fase.
A menina acha que se pedir para o parceiro usar a camisinha ele pode não gostar e terminar o namoro. Ou aqueles pensamentos: "ah, meu namorado é tão cheiroso e limpinho, ele não deve ter nada disto!" ou "ela jamais faria isto comigo".

Alguns relacionamentos até podem começar com o uso frequente da camisinha, mas a medida que vão ficando mais íntimos, o namoro vai durando eles param de usar.

Uma criança de dois, três ou quatro anos de idade começa a explorar o corpo e a se tocar. Faz parte do seu desenvolvimento sexual e é sinal que são crianças saudáveis.  Nesta fase os pais devem encarar este fato com naturalidade, sem bater ou chamar a atenção de forma ríspida, pois pode traumatizar a criança e quando ela crescer terá problemas.

Utilize a regra da privacidade, ou seja, caso ela esteja fazendo a auto-exploração corporal em público fale para ela que isso deve ser feito no banheiro ou no quarto e quando estiver sozinha. 

Muitos adultos, homens e mulheres, desenvolvem sérios traumas sexuais pela maneira como os pais trataram deste assunto na infância, como anorgasmia, disfunção erétil, entre outros.

Tenho um amigo que tem um filho de 8 anos e um dia o menino estava de pipi duro e perguntou para o pai o por quê isto acontecia. O pai na maior calma, falou: "isto se chama tesão". A mãe, que estava do lado, não sabia se infartava, puxava os cabelo ou matava o pai. "Tesão, papai? O que é isto?" Novamente com a maior tranquilidade este meu amigo respondeu que é uma sensação que dá no corpo e que faz com que o pipi fique duro. O menino perguntou como fazia para ele voltar ao normal e o pai disse que ele ainda era muito criança, mas que na hora certa ensinaria o filho a se "livrar" disto e mostrou como o filho deveria colocar o pipi dentro da cueca, sendo para cima e não para baixo, e para ele não se preocupar porque isto passaria logo. Completou dizendo que o filho não precisava mostrar isto para ninguém, pois era uma coisa íntima e só dele.

Este meu amigo é sexólogo e me explicou alguns motivos do por quê ensinar o filho a se masturbar?
- pode deformar o crescimento do pênis;
- pode ter problemas com ejaculação precoce ;
- não conseguir ejacular na hora da transa;
- altera a forma, o tamanho e ele fica mais fino;
- se o jovem já tem problema em se relacionar com as pessoas, isto acaba agravando o caso.

"Se ele tem uma masturbação muito intensa, pode ter dificuldade de perceber a estimulação da vagina durante a relação sexual por uma menor intensidade de estímulo e isso dificultar a excitação e ejaculação", afirma Cristina Romualdo, psicóloga e terapeuta sexual, autora do livro Masturbação (expressão e arte), mestre em Ciências da Saúde pela Unifesp e orientadora sexual do Instituto Kaplan.

"Ele se acostuma com aquele tipo de estimulo, pressiona o pênis com mais força e não vai encontrar essa pressão na vagina", explica Maria Cláudia Lordello, coordenadora de Psicologia do Projeto Afrodite, o ambulatório de sexualidade da Unifesp. Segundo a especialista, masturbar-se mais de duas a três vezes por dia todos os dias já é considerado excesso e um indício para procurar um especialista.

Outro fator que, associado a essa prática em excesso, pode levar à ejaculação retardada é a dificuldade em lidar com pessoas com quem o homem se relaciona. "Alguns têm certa hostilidade e desconfiança emocional com relação ao sexo feminino, por exemplo. Não conseguem relaxar e se entregar para chegar ao orgasmo. A educação sexual muito rígida também pode gerar conflito e ansiedade com relação à sexualidade. Um homem solteiro, que se masturba em excesso e com problemas para interagir terá mais tendência a esse tipo de problema", diz Maria Claudia.

Não podemos esquecer que a primeira vez do menino é muito diferente da menina. Poderia dizer que para os garotos é mais fácil, uma vez que eles não precisam de muita preliminar para chegar ao clímax. Mas para as meninas a primeira vez pode ser definitivo para que tenham uma vida sexual saudável e prazerosa ou não. Se não for feito com calma, jeito e for bruto pode machucar a menina, que poderá traumatizá-la.

Nesta fase as meninas ainda não sabem como fazer para ter um orgasmo e podem acabar com o pensamento de que elas não precisam ter prazer, basta satisfazer o homem. Isto as faz crescer com o sentimento de serem "mulher objeto".

Escrevendo este artigo eu entrei em vários sites e é absurdo a quantidade de reportagens que mostram vídeos de jovens adolescentes transando. Um dos mais chocantes foi o que aconteceu em Minas Gerias (outubro de 2012), onde uma garota de 15 anos aparece transando com 4 rapazes, de idades entre 15 a 21 anos.
Ela, logicamente, não teve prazer, não chegou ao clímax, mas estava lá, se divertindo, e ainda bebeu para se "soltar" e ter coragem para transar com todos ao mesmo tempo.

A impressão que eu tenho é que esta juventude está perdida ao meio de tanta liberdade sexual e é dever dos pais orientar, educar, mostrar o que pode e não pode ser feito. Explicar que não é legal filmar, porque é um momento de intimidade do casal e pode ser muito prejudicial se cair na rede.

A mãe tem que ser uma amiga e conselheira, levar a filha ao ginecologista, acompanhar esta fase tão importante. Concordo com uma frase que diz: " fazer amor é uma arte, é bom, gostoso. Mas como toda arte, tem que saber fazer e aprender para que seja gostoso e satisfatório para todos os envolvidos".

Então, por mais difícil que seja para nós pais termos este tipo de conversa com os filhos, precisamos romper esta barreira, este tabu e falar.

Vale a pena ver o filme abaixo.

http://www.youtube.com/watch?v=74aM7RNhB98


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