quinta-feira, 16 de maio de 2013

Angelina Jolie - Corajosa ou precipitada?

Minha intenção aqui não é julgar a atitude de Angelina Jolie. 

Primeiro - porque não sou médica, então não tenho base para falar se a atitude foi correta ou precipitada.

Segundo - como eu gosto de enfatizar: não podemos julgar ninguém. Eu não a conheço pessoalmente e não posso dizer o que se passou na cabeça dela para ter agido desta maneira.

Terceiro e último - se meu médico vira para mim e fala que eu tenho 87% de chance de desenvolver câncer de mama, confesso que eu não sei qual seria a minha reação.... e não duvido se eu não fizesse o mesmo que ela.

Angelina, aos 37 anos de idade, disse o seguinte: "Decidi ser proativa e reduzir o risco o máximo que eu podia. Mas a verdade é que eu tenho um gene falho, o BRCA1, que aumenta consideravelmente minhas chances de desenvolver câncer de mama e câncer de ovário".

Ela afirmou também que o processo de retirada dos seios começou em fevereiro e foi completado em abril. Jolie explicou que sua mãe lutou contra o câncer por quase uma década e morreu aos 56 anos.

Ainda de acordo com a atriz, suas chances de desenvolver câncer agora caíram de 87% para menos de 5%.

Ela aproveitou para elogiar o marido Brad Pitt, por seu amor e apoio durante o procedimento e disse que seus filhos não encontraram nada nos resultados "que os deixem desconfortáveis".

"Eu me sinto segura de que fiz uma escolha dura e que de maneira nenhuma diminui minha feminilidade", e completou "para qualquer mulher que esteja lendo isso, espero que isso ajude você a saber que tem opções".

"Quero estimular cada mulher, especialmente se você tem um histórico de câncer de mama ou de ovário, a procurar informações e especialistas médicos que podem lhe ajudar nesse aspecto de sua vida e a fazer sua própria escolha informada. A vida vem com muitos desafios e, os que não devem assustá-las são aqueles que podemos controlar", conclui a atriz.

Agora ela se prepara para retirada do ovário.

Segundo uma nova pesquisa, um teste genético poderia ajudar a prever o câncer de mama anos antes de a doença ser diagnosticada.

Este teste analisa como os genes são alterados por fatores externos, como álcool e hormônios, um processo conhecido como epigenética.

Infelizmente estes testes são caros, só nos Estados Unidos custam U$ 3.000 ( três mil dólares ) e o laboratório Myriad Genetics é o único no País a oferecer este serviço.

Outras famosas que já fizeram o mesmo procedimento:

No final do ano passado, a mulher do canto Ozzy Osbourne, Sharon Osbourne, também revelou a uma revista que havia passado por uma mastectomia dupla após descobrir ter o gene BRCA1. Ela teve câncer de intestino em 2002.

Em 2008, outra famosa atriz, Christina Applegate, tornou público que foi submetida ao mesmo procedimento.

Em 2011, a cantora Rita Lee contou que tinha retirado os seios há algum tempo para prevenir câncer

Aqui no Brasil....

O exame aqui no Brasil para detecção de mutações e prevenção da doença custa R$ 6 mil e ainda não é oferecido pela rede pública.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pediu "cautela" em relação à mastectomia preventiva. "São recomendações que precisamos ver com muito cuidado, pois já surgiram vários estudos que demonstraram um número bastante grande de mastectomias realizadas em pacientes nas quais depois se descartou o risco de um câncer", declarou Padilha.

Ainda segundo o ministro, " uma mastectomia não é uma cirurgia qualquer, já que prevê riscos, pode gerar uma infecção e a mulher que retira os seios pode sofrer um trauma psicológico".

A mastectomia dupla tem se tornado mais frequente entre mulheres consideradas no grupo de alto risco para o desenvolvimento de câncer de mama, por conta da evolução na compreensão do papel genético no aparecimento da doença.

O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Carlos Alberto Ruiz, explica que a tendência atual é fazer as duas cirurgias ao mesmo tempo, retirando a mama afetada pelo câncer e fazendo a reconstrução no mesmo ato.

"Se a reparação não for feita no momento da mastectomia, os números indicam que mais de 60% das mulheres não voltam para fazer a reconstrução, já que o procedimento envolve nova internação, ficar longe da família de novo e a mulher é o sustentáculo da família", diz o médico.

Ruiz disse também que um tumor na mama pode levar oito anos para chegar a 1 cm, portanto, é necessário fazer exames periódicos, como a mamografia anual depois dos 40 anos.

Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), apontam que o Brasil tem 181 locais credenciados pelo Ministério da Saúde para fazer a cirurgia reparadora.

"Não é uma decisão fácil. Primeiro porque não significa cura. E, depois, porque há efeitos colaterais, então pe preciso fazer avaliações de longo prazo. A mama fica fria, perde o tato. Muitas mulheres se queixam de insatisfação sexual", afirma Ruiz. O mastologista ainda ressalta que a reconstrução não restabelece a sensibilidade, somente a estética. "A mulher não tem mais como amamentar, então pe preferível que seja após a prole já estar constituída", complementa.

O coordenador do departamento do Sírio-Libanês, Bernardo Garicochea, diz que este exame para diagnosticar o risco de desenvolver câncer também serve para detectar outras doenças, como lúpus.

O mínimo que devemos fazer é consultar regularmente um médico e fazer exames preventivos.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Concordo com você. Acredito que se fosse comigo eu faria o mesmo... tudo para ficar o máximo de tempo possível com minha filha.

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