Tivemos hoje na Terra dois eventos distintos, mas ambos muito interessantes para nossa história.
O primeiro evento, foi um meteorito que caiu em Tcheliabinsk, nos Montes Urais, no centro da Rússia. O impacto ocorreu às 9h20, horário local (1h20 em Brasília). De acordo com a Nasa, ele tinha 15 metros de diâmetro antes de atingir a atmosfera da Terra, um terço do tamanho do asteroide DA14. O rastro luminoso do meteoro ficou visível por cerca de 30 segundos e foi mais brilhante do que o Sol.
O meteorito atravessou o horizonte, deixando um longo rastro branco em seu caminho que podia ser visto a até 200 quilômetros de distância, em Yekaterinburgo. Alarmes de carros soaram, janelas quebraram e telefones celulares tiveram o funcionamento afetado pelo incidente.
Rastro deixado pelo meteorito é visto no céu de Chelyabinsk, na Rússia
Não foram relatadas mortes em consequência do meteorito, mas o número de feridos é conflitante. A chefe do departamento de Saúde de Chelyabinsk Marina Moskvicheva disse à agência Associated Pess que 985 pessoas em sua cidade procuraram assistência médica e 43 estavam hospitalizadas.
Entretanto, uma fonte ouvida pela rede britânica BBC afirma que o número de pessoas que procuraram assistência para os ferimentos foi de 950 e destas, 46 permaneciam no hospital.
"Houve pânico. As pessoas não faziam ideia do que estava acontecendo. Todo mundo começou a ir um na casa do outro para checar se estava tudo bem", disse Sergey Hametov, residente de Chelyabinsk, cerca de 1,5 mil km a leste de Moscou, a maior cidade afetada da região. "Vimos uma grande bola de luz quando saímos para ver o que era e ouvimos um som forte de trovão."
O segundo evento foi um Asteróide, batizado de Asteróide 2012 DA14.
A Agência Espacial Europeia divulgou um comunicado informando que o meteorito que atingiu a região russa, não tem nenhuma relação com o asteroide 2012 DA14, que passou pela Terra nesta sexta-feira, uma vez que as trajetórias de ambos são diferentes.
De acordo com informações da Nasa, ainda estão sendo coletados dados sobre o meteorito, mas ele estaria viajando do norte para o sul, enquanto o asteroide DA14 faz sua trajetória do sul para o norte.
Segundo Rainer Krefken, engenheiro de instalações de satélites de pesquisa da ESA, a queda do meteorito não poderia ser prevista com as técnicas disponíveis na atualidade. A queda de meteoritos é um fenômeno que ocorre cerca de uma vez ao ano, mas normalmente passa despercebido porque costuma ocorrer no deserto ou outras áreas não povoadas.
Às 17h24 do horário de Brasília, o asteróide atingiu o ponto mais próximo ao planeta, tornando-se o primeiro objeto cósmico a passar mais perto da Terra desde que esse tipo de medição começou a ser feita, embora suficientemente longe para que não tivesse nenhuma conseqüência, segundo os especialistas.
A distância mínima foi atingida quando o corpo celeste, de 130 mil toneladas, estava na direção do Oceano Índico, perto da Ilha de Sumatra, na Indonésia, e será possível vê-lo com ajuda de instrumentos em partes da Ásia, Oceania, Europa e África
O visitante celestial foi descoberto no ano passado por um grupo de astrônomos amadores da Espanha.,
Astrônomos afirmaram que não havia chance de o asteroide colidir com a Terra, mas caso isto acontecesse, liberaria cerca de 2,5 megatoneladas de energia na atmosfera. “Seria algo comparável ao impacto causado por outro objeto em Tuguska na Sibéria em 1908” , disse Donald Yeomans administrador do Programa de Objetos Próximos a Terra, da Nasa. O choque na Sibéria resultou em grande devastação em uma área de 1.200 quilômetros quadrados.
Por passar tão perto da Terra, no entanto, o 2012 DA14 entrou no Anel Geoestacionário, área em que orbitam os satélites e a Estação Espacial Internacional. De acordo com Eugênio Reis, do Museu de Astronomia e Ciências Afins, a passagem não causa interferência nos meios de comunicação, pois o corpo celeste é uma rocha pequena que não emite qualquer tipo de radiação. Entretanto, as gravidades da Terra e da Lua mudarão a órbita do asteroide, que reduzirá sua translação (órbita em torno do Sol) de aproximadamente 366 dias para menos de 320, o que deixará os encontros com o planeta mais raros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário