Ontem
a noite a minha filha tropeçou em um fio e acabou batendo a cabeça na batente
da porta. A minha primeira reação foi a de rir. Mas, Graças a Deus, eu consegui
segurar o riso e ela se envolveu em meus braços e começou a chorar.
Foi
quando eu me fiz as seguintes perguntas:
Por
que damos risada quando alguém cai ou se machuca?
Por
que algumas pessoas riem tanto com as video-cassetadas e outras não?
Será
que existe alguma explicação científica para isto?
Dizem
os especialistas que quando uma pessoa cai no chão, não tem graça nenhuma. Mesmo
assim damos risada, mesmo sabendo que não tem graça.
Alguns
especialistas dizem que quando uma pessoa cai no chão, nós rimos ou pelo menos
sentimos vontade de rir dela por alívio de não ter sido a gente que caiu. De
tanto alívio a gente ri.
Outros
dizem que o inesperado faz a gente rir, quando a pessoa cai no chão de repente,
a surpresa é engraçada.
Já
outros defendem a tese de que quando uma pessoa cai no chão, nós rimos porque
nos sentimos superiores a ela. É como se a gente pensasse:
-Que
tonto, caiu no chão!
Se
eu o chamo de tonto é porque eu sou inteligente então,
automaticamente eu estou me valorizando, me sentindo superior a esta pessoa.
Esse sentimento de superioridade nos faz rir de felicidade. É como se a gente
se sentisse bem ao ver o outro se dar mal.
Segue
abaixo um trecho da explicação dada por William Fry, psiquiatra e pesquisador
do riso, da Universidade de Stanford. ( Publicação da revista Scientific
American Brasil )
"Cada pessoa desenvolve um tipo de senso de humor e a
predileção de cada um é ligeiramente diferente.” Mas certos aspectos fundamentais
do humor ajudam a explicar porque um passo em falso pode despertar o riso.
O primeiro requisito é o “jogo da situação” quando um evento da
vida real é colocado em um contexto de pouca seriedade, deixando espaço para
uma reação psicológica atípica. A forma como o jogo da situação é encarada
explica porque a maioria das pessoas não acha engraçado alguém cair de um
prédio de dez andares e morrer: Nesse caso, a agonia da pessoa que cai impede
que uma situação de pouca seriedade se estabeleça. Mas se uma mulher andando
normalmente pela rua tropeça e cai, o jogo da situação pode se estabelecer e o
observador achar o fato divertido.
Outra característica fundamental é a incongruência de uma situação, que pode ser interpretada como uma relação improvável ou contraditória entre a parte final e o contexto de experiência.
Os tombos são uma incongruência no decorrer da vida, por serem inesperados. Dessa forma, apesar de nossa reação inata de empatia a percepção da incongruência pode ser mais forte, uma vez que uma queda cria uma distorção da situação e a hilaridade logo aparece.
O jogo da situação e as incongruências são conceitos psicológicos; só recentemente a neurobiologia começou a estudá-los. No início dos anos90 a descoberta de
neurônios-espelho levou a um novo caminho para entender o lado da incongruência
no humor. Quando caímos fazemos movimentos desconexos, tentando recuperar o
equilíbrio e procurando um apoio em nós mesmos. Os neurônios do nosso cérebro
controlam esses movimentos. Mas quando observamos outra pessoa tropeçar alguns
de nossos neurônios agem com se fossemos nós a pessoa em queda – nossos
neurônios-espelho reproduzem os padrões de atividade do cérebro da pessoa que
está caindo.
Minha hipótese a respeito da importância desse mecanismo para explicar o riso é que o cérebro do observador “sente as cócegas” feitas por aquele “fantasma” neurológico. O observador experimenta um estímulo inconsciente que reforça a percepção da incongruência."
Outra característica fundamental é a incongruência de uma situação, que pode ser interpretada como uma relação improvável ou contraditória entre a parte final e o contexto de experiência.
Os tombos são uma incongruência no decorrer da vida, por serem inesperados. Dessa forma, apesar de nossa reação inata de empatia a percepção da incongruência pode ser mais forte, uma vez que uma queda cria uma distorção da situação e a hilaridade logo aparece.
O jogo da situação e as incongruências são conceitos psicológicos; só recentemente a neurobiologia começou a estudá-los. No início dos anos
Minha hipótese a respeito da importância desse mecanismo para explicar o riso é que o cérebro do observador “sente as cócegas” feitas por aquele “fantasma” neurológico. O observador experimenta um estímulo inconsciente que reforça a percepção da incongruência."
Qual
é a sua reação? Você dá risada ou não?
Não
ResponderExcluirSim
ResponderExcluirNão
ResponderExcluirNunca!
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