quarta-feira, 19 de junho de 2013

Dê assas para sua imaginação!!!!

Quando acaba a luz na sua casa, qual é a sua reação? E dos seus filhos?

Já repararam como ficamos nervosos, sem ter o que fazer? 

Afinal, como vou ver minha novela? Ligar o micro? Jogar meu Wii?.... 

Não sabemos e não temos mais paciência com os jogos de tabuleiros, acender uma vela e contar uma história para as crianças, então, nem pensar!!!

E é exatamente isto que passamos para nossos filhos.... sem luz, não temos nada para fazer!

Será que isto é correto??? 

Vi, recentemente, uma pesquisa feita pela pesquisadora Teresa Belton e a achei muito interessante. 

Esta pesquisa nos comprova que crianças ociosas se tornam mais criativas.

Para Teresa Beltron, pesquisadora da Universidade East Anglia, na Grã-Bretanha, a expectativa cultural de que as crianças estejam sempre ativas pode minar o desenvolvimento de sua imaginação.

Em seu estudo, Belton ouviu a escritora Meera Syal e o artista plástico Grayson Perry sobre como o tédio os ajudou a desenvolver sua criatividade na infância.

Além de escritora e jornalista, Syal é uma famosa comediante na Grã-Bretanha. Perry é hoje um reconhecido artista que faz trabalhos em cerâmica, e suas criações já foram expostas até mesmo no Museu Britânico, em Londres.

O que motivou Syal  começar a escrever, foi justamente o fato de não ter o que fazer. Ela passou a gastar horas do dia a falar com outras pessoas e a tentar outras atividades. Em outras circunstâncias ela jamais teria experimentado, como por exemplo, interagir com os mais velhos, vizinhos e até a aprender fazer bolos.

"Tédio é frequentemente associado a solidão, e Syal gastou horas de sua infância observando pela janela o campo e as florestas, assistindo a mudança do clima e das estações".

"Mas o mais importante foi que o tédio a fez escrever. Ela mantinha um diário desde pequena, que preenchia com observações, pequenas histórias, poemas e críticas. Ela atribuiu a esta fase seus primeiros passos como a escritora que se tornaria mais tarde", disse Belton.

Syal disse que "a solidão imposta como uma página em branco foi um ótimo estímulo".

Já o artista plástico Grayson Perry afirma que o tédio também pode ser benéfico para adultos, "conforme fui envelhecendo, passei a apreciar a reflexão e o tédio. O ócio é um estado muito criativo".

A neurocientista e especialista em deterioração da mente, Suzan Greenfield, que também respondeu as questões desta pesquisa, relembrou a infância em uma família com pouquíssimo dinheiro e sem irmãos até os 13 anos de idade.

"Ela confortavelmente divertia a si mesma, inventando histórias, desenhando figuras para suas fantasias e indo até a biblioteca", disse Belton.

Belton ainda afirma que o tédio pode ser um "sentimento desconfortável", uma vez que a sociedade "desenvolveu uma expectativa de ser constantemente ocupada e constantemente estimulada". E ainda advertiu que a criatividade "envolve ser capaz de desenvolver um estímulo interno".

Ela percebe um sério problemas nos jovens que não conseguem preencher este espaço vazio, fazendo com que muitas vezes eles "terminam vandalizando abrigos de pontos de ônibus ou saindo inadvertidamente para um passeio de carro".

Outro problema sério que ela constatou foi que "quando os pequenos não têm nada para fazer, eles imediatamente ligam a TV, o computador, o celular ou algum tipo de aparelho com tela. O tempo gasto com estas coisas aumentou".

"Mas crianças precisam ter um tempo para parar e pensar, imaginando que eles possuem seus próprios processos de pensamentos e assimilação, por meio de experiências com brincadeiras ou apenas observando o mundo ao seu redor".

Syal reforça que "é muito libertador ser criativo por nenhuma outra razão além do próprio passatempo".

Belton conclui sua pesquisa dizendo que alguns aparelhos "tende a criar um curto-circuito no processo de desenvolvimento da capacidade criativa". "Para o bem da criatividade talvez devamos diminuir nosso ritmo e ficar offline de tempos em tempos".



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