sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Entrevista com Flávio Gikovate

Li uma reportagem na revista Claudia deste mês com o psiquiatra Flávio Gikovate e a achei muito interessante. 

Flávio Gikovate é médico formado pela USP em 1966 e desde 1967 trabalha como psiquiatra e psicoterapeuta.

É autor de 25 livros sobre os aspectos principais dos conflitos íntimos das pessoas, especialmente os relacionados com a vida afetiva e sexual. Atualmente apresenta o programa "No Divã do Gikovate", na rádio CBN.

Algumas frases dita por ele:

"Ser honestos e sinceros não nos dá o direito de dizer tudo que pensamos."

"Os seres humanos mais felizes suportam bem a dor e costumam ter uma rotina mais criativa e alegre. Seu otimismo leva ao sucesso, pois consideram eventuais derrotas um aprendizado que os tornará ainda mais fortes."

"Amor implica depender, estar na mão da outra pessoa. Por isso, amar alguém que não nos transmite confiança é ser irresponsável para consigo mesmo."

"Cada nova ideia que nos penetra irá desorganizar nosso sistema de pensar e derrubá-lo como a um castelo de cartas. Reconstituí-lo é avançar!"

"Não iremos a parte alguma se não formos capazes de correr o risco de fracassar. Logo então percebemos que o sucesso dependerá em grande parte da nossa persistência diante de questões que nos parecem muito difíceis. Aqueles que forem mais determinados e não desistirem com tanta facilidade ante os obstáculos da vida terão maiores chances de ser os mais bem-sucedidos na atividade a que se dedicarem."

Recentemente ele escreveu um livro com o filósofo Renato Janine Ribeiro sobre a vida nos tempos de vaidade e alto consumo. O livro chamado Nossa Sorte, Nosso Norte também sairá em DVD.

A ENTREVISTA:
Claudia: - Por que as pessoas têm hoje tanta necessidade de ser vistas e de comprar coisas?
FG - Esse é um dos graves reflexos da revolução sexual. Achávamos que a liberação desarmaria os seres humanos, traria democracia, já que todo mundo transaria com todo mundo, Mas virou uma corrida para chamar a atenção do outro. Cresceu a busca pela aparência física, que é amiga íntima do consumismo. Os hippies só queriam amor, sexo, paz e aconchego. Nada parecido com autoerotismo e exibição no Facebook.

Claudia - E o Facebook atiça a inveja?
FG - E mexe com a frustração. Estar ali é como ser dono de uma revista de celebridade que publica as próprias notícias. Você vai à praia e põe lá. Compra e posta. Quem não foi e não tem baba. Olhar a vida alheia gera tensão. Não traz felicidade.

Claudia - Como está a família?
 FG - Há muito egoísmo. Gosta-se dela desde que se possa receber mais do que dar. As alianças são feitas entre o generoso e o egoísta. Mas quem só dá anda cansado desse papel. O desafio é equilibrar, alternar.

Claudia - Por que trabalhamos tanto?
FG - A vida está mais longa, precisamos de mais dinheiro para custeá-la. Além disso, profissão virou identidade. Você conhece alguém e já quer saber o que ele faz. Nem pergunta se ele ama, se tem filhos, um lazer... O que é ruim. O Renato diz que não haverá emprego para todos e que trabalharemos três dias por semana para sobrar vaga para os outros. E, na folga, cultuaremos o prazer.

Claudia - Mulheres se queixam de assumir tudo em casa. É irreversível?
FG - Elas não voltarão a lidar só com a casa e continuarão crescendo na carreira. O homem, cada vez mais folgado, mudará. Ele se acomoda pelas facilidades eróticas. Não precisa mais fazer força para ter sexo: chega e leva. O momento é de encrenca geral. Mas a minha futurologia é otimista. Estamos em transição: o homem crescerá, se envolverá com casa, filho... Será bom para todos.

Acho que vale a pena refletirmos sobre tudo isto.....




















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