segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Pai... uma presença MEGA importante na vida dos filhos!

Como escrevi anteriormente, a Gabi é fruto de uma produção independente não planejada, mas hoje não consigo me imaginar sem ela!!!

Deus é tão perfeito que nos dá força nos momentos em que mais precisamos... principalmente, nós mulheres. Conseguimos enfrentar as barreiras que forem necessárias e defendemos nossos filhos com unhas e dentes.

E foi Ele quem me deu forças para aguentar alguns momentos bem difíceis e complicados.... e é impressionante como ainda vivemos numa sociedade machista e hipócrita.

Quando descobri que estava grávida, meus pais, principalmente meu pai, tiveram muita dificuldade em aceitar este fato. Meu pai, criado em família tradicional e sempre preocupado com a opinião dos outros, fechou a cara, não nos falávamos direito e chegou a falar para mim: " vai ser muito difícil você conseguir um emprego, um namorado, ter uma vida normal". Como se, ter um filho, naquele momento, fosse uma doença mortal.

Eu sempre me importei muito com a opinião dele.... então, como enfrentar tudo isto sem o apoio dele?

Minha mãe ficou dividida, ela com o passar do tempo começou a ficar mais empolgada, sempre me ajudou muito com tudo.... me acompanhava em todas as consultas médicas, me ajudou com o enxoval, em fim, fez tudo o que podia. Mas ao mesmo tempo a impressão que eu tinha era que ela não queria mostrar muita felicidade para não chatear ainda mais meu pai.

O pai da minha filha naquele momento também não quis se envolver e apesar de ficarmos um tempo sem nos falar, eu sempre deixei as portas abertas para ele... nesta hora não importava mais a Adriana mulher e muito menos os meus sentimentos... sempre coloquei os direitos e sentimentos da minha filha em primeiro lugar.

Os únicos que realmente estavam curtindo eram meu irmão e minha cunhada. Minha cunhada morava aqui em casa e todos os dias ela conversava comigo, me dava força, perguntava como eu estava....

Graças a Deus a minha gravidez foi tranquila, não passei mal, não tive complicação nenhuma, só uma bendita azia que não passava nunca....




A Gabi nasceu e foi impressionante a transformação do meu pai. No momento em que ele a viu pela primeira vez, a pegou no colo.... não importava mais se eu era solteira, o que os amigos iam falar... nada.... até hoje o amor que ele tem por ela é uma coisa muito forte.

Quando ela completou 8 meses resolvi voltar a trabalhar e novamente sofri MUITO preconceito!!!! Lembro até hoje numa entrevista quando falei que não era casada e tinha uma filha.... a mulher do RH me olhou com uma cara de desprezo que, Juro por Deus, só faltou ela falar: " desculpa, na minha empresa eu não contrato mãe solteira". Saí de lá e de várias outras entrevistas me sentindo um lixo, como se eu tivesse cometido um assassinato.


Então para cada nova entrevista comecei a inventar histórias, entre elas:
- que estava morando com meu namorado e íamos nos casar no final do ano;
- morei com ele, mas não deu certo e estava separada;
- cada um ficava na sua casa, mas nos víamos todos os dias;

E nada dava certo... até que resolvi falar a verdade, fui a mais honesta possível e... me contrataram.....
saí desta empresa depois de um ano...rs.




Fiquei quase um ano em casa ( por opção ) para poder cuidar da Gabi, principalmente porque ela começou a chamar a babá de "mamãe" e isto estava me incomodando. Não por ciúmes, tá bom vai... um pouco por ciúmes...., mas também eu percebi que estava trabalhando demais e não passava nenhum  tempo com ela. Ela saia comigo às 7 da manhã e quando voltávamos ela estava tão cansada ia dormir.

Com o passar dos anos foi ficando mais fácil lidar com toda esta situação e falar que era mãe solteira. 

Acho que quando nós aceitamos a nossa situação, conseguimos encarar de uma maneira mais forte, mais decidida, e automaticamente os outros também acabam aceitando.





Quando a Gabi estava com 4, 5 anos ela começou a perguntar muito pelo pai. Quem era, porque ele não morava com a gente, como ele era... Depois começaram os trabalhos na escola sobre árvore genealógica, profissão dos pais, nomes dos avós... e a curiosidade dela só aumentava. Eu SEMPRE falei e falo a verdade para ela sobre este assunto. Então eu explicava que eu e o papai dela nos gostávamos, éramos amigos, mas não nos gostávamos mais como namorados e por isto não morávamos juntos.

Com 5 anos ela viu o pai pela primeira vez. Lembro que ela ficou chocada, foi uma surpresa tão grande, uma vez que ela não esperava por aquele encontro... mas a impressão que me deu foi como se alguma coisa dentro dela se acalmasse e ela parou de perguntar dele por um período.

Depois deste encontro, eles já se viram mais algumas vezes e aos poucos estão ficando mais próximos.

Segunda-feira passada a Gabi me surpreendeu... ela começou a chorar, de soluçar, dizendo que estava com saudades do pai, que queria vê-lo, ligou para ele e eles se viram no dia seguinte.

Agora estão combinando de se encontrarem todas as quartas para jantar e poderem conversar, brincar e irem pegando intimidade um com o outro.

Se alguém me falasse algum tempo atrás que isto iria acontecer, provavelmente eu começaria a rir e falaria: " duvido! ". Mas a vida dá voltas e o mais importante é aprendermos com os nossos erros.





Eu pergunto para a Gabi se ela fica triste com toda esta situação e ela fala que sim, porque gostaria de ter um papai em casa para poder chamá-lo de "papai". Isto parte o meu coração, mas só dos dois estarem mais próximos já fico muito feliz. E ela também!

Então, se por acaso alguém que estiver lendo este depoimento, e for mãe solteira ou conhecer alguma, diga que no final tudo dá certo. E se não deu certo ainda, é porque não chegou no final!

























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