quinta-feira, 8 de novembro de 2012

"Qual é o limite"?

Li a revista Exame desta semana e confesso que fiquei chocada com a matéria da capa.

A reportagem fala sobre Marissa Mayer - presidente da empresa Yahoo - que voltou a trabalhar DUAS SEMANAS após dar à luz. Não foram dois meses, os quais eu, particularmente, já acharia loucura, mas sim duas semanas! Desculpem, mas isto é insano!

Marissa diz: "Tenho a teoria de que o desgaste de jornadas mais longas resulta do ressentimento. A sensação de que você está perdendo algo relevante para sua vida pessoal. Você não pode ter tudo o que quer, mas pode ter o que é mais importante para você. E pensar dessa maneira faz com que seja possível trabalhar por longas horas."

Foi feita uma pesquisa entre as 500 melhores empresas do Brasil e é alarmante o resultado: Em 2006 75% dos cônjuges estavam insatisfeitos com o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Em 2009 este número subiu para 92% e agora em 2012 são 95%. Imaginem como não estaremos em 2015?

Sérgio Chaia - presidente da Nextel - diz o seguinte: " Para subir na hierarquia, você deve se preparar para conviver com níveis quase insuportáveis de estresse. O que ajuda a lidar com a pressão é ter uma meta bem definida, saber aonde pretende chegar. Esse senso de propósito é individual e pode variar ao longo do tempo, mas é isso que dá um sentido maior aos momentos difíceis."

Achei muito interessante o que o americano Clayton Christensen - professor de administração em Harvard e um dos mais renomados especialistas em estratégia corportativa do mundo - falou: " Ninguém planeja fracassar na vida pessoal. É a soma de pequenas decisões cotidianas que leva a isso." Ou seja, para ele o ser humano tem uma necessidade muito grande para o que traz um retorno mais imediato, então quase sempre haverá mais decisões de curto prazo para apagar incêndios na empresa do que para dedicar tempo a questões pessoais. Por exemplo, numa decisão de trabalhar horas extras num projeto que pode definir uma promoção e ir jantar com a família, a primeira opção parecerá mais emergencial. A esposa vai estar em casa quando você chegar e os amigos vão te entender.

Ele ainda diz: " Vi dezenas de profissionais bem-sucedidos acabarem infelizes, sem amigos ou relacionamentos profundos, no lugar mais solitário onde se pode estar."

O trabalho, a promoção, o bonus, o dinheiro traz uma satisfação imediata, mas o relacionamento com a família e amigos é o que nos torna realmente felizes ao longo prazo. Acho que o mais triste disto tudo é quando você olhar para trás daqui 10 anos e perceber que disperdiçou parte da sua vida para ganhar dinheiro e esqueceu da família e dos amigos. Seus filhos vão crescer e você não vai ter intimidade nenhuma com eles, uma vez que você esteve ausente a maior parte do tempo. Perdeu as apresentações na escola, jantares com a família, etc. E este tempo não volta nunca mais. 







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